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(Tempo para leitura: 4 minutos)
Com o acordo, só o agronegócio brasileiro veria sua receita com exportações dar um salto de até US$ 7,8 bilhões. Tal estudo será apresentado na próxima quarta-feira aos Ministérios da Economia e Agricultura, e servirá para subsidiar as negociações do acordo nos próximos meses.

Histórico
Em 2010, o Canadá manifestou interesses mútuos em negociar um acordo de livre comércio com o Mercosul. Em maio de 2016, Mercosul e Canadá retomaram as discussões sobre eventual negociação, o que não ocorria desde 2012.
Em janeiro de 2017, o governo brasileiro recebeu a visita do negociador-chefe canadense, David Usher, quando foram discutidos os interesses em temas de bens, serviços, investimentos, compras governamentais, regras de origem, barreiras técnicas ao comércio (TBT), medidas sanitárias e fitossanitárias (SPS), propriedade intelectual, meio ambiente e legislação trabalhista. O Canadá também mencionou interesse nos temas de concorrência e empresas estatais. Em abril e julho de 2017, foram realizadas reuniões técnicas entre o bloco sul-americano e o Canadá.
Em 2018, foi finalizado o Panorama do Processo Exploratório entre Canadá e Mercosul, que estabeleceu os parâmetros para as negociações em cada grupo técnico e serviu de base para a obtenção de mandato negociador pelas partes.

Do comércio bilateral
Nos últimos anos, a participação brasileira nas importações canadenses oscilou em torno de 0,6%, segundo o MDIC. Já os produtos canadenses representam entre 1% e 1,5% das compras brasileiras. A pauta comercial bilateral é bastante concentrada em produtos químicos inorgânicos, açúcar e produtos de confeitaria, pedras e metais preciosos (do lado brasileiro) e adubos e fertilizantes, reatores nucleares, máquinas e aparelhos, aeronaves e suas partes (do lado canadense).
Análises preliminares indicam potencial oportunidade para pelo menos 90 produtos brasileiros, principalmente calçados, produtos químicos, de borracha, minerais não metálicos e automóveis. O Canadá aplica, em média, tarifa de 22,5% sobre a importação de produtos agrícolas e de 6% sobre produtos manufaturados. Na área industrial, acordos firmados pelo Canadá tendem a promover eliminação imediata de tarifas, com exceção do setor automotivo.

Próximos passos
O estudo será lançado oficialmente, em webinar sobre o andamento das negociações, com a participação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e do Ministério de Relações Exteriores (MRE).
De acordo com a CNA, os resultados do documento mostrarão a relevância do acordo para o setor e vão subsidiar negociadores brasileiros com dados técnicos, para ajudar na tomada de decisões e na definição de posicionamento do país.
Carnes, cereais, farinhas e preparações, frutas e complexo soja são os setores do agro, segundo a CNA, que têm mais potencial de serem beneficiados com o acordo. No caso das carnes, o aumento da receita pode chegar a US$ 1,4 bilhão por ano.
Destaque ainda seriam os cortes nobres – de melhor qualidade – pois tendem a ter melhor competitividade no mercado canadense. Animais criados a pasto, menor percentual de gordura e sustentabilidade ambiental chamam a atenção do consumidor médio canadense, diz o estudo.
A negociação entre Mercosul e Canadá vai incluir, segundo o Canal Rural, discussões sobre comércio inclusivo, que abarca temas como o desenvolvimento sustentável, pequenas e médias empresas, considerações relativas a gênero, legislação trabalhista e responsabilidade corporativa. ​
Aguardemos agora a publicação do estudo e próximos passos do acordo.

Este texto foi baseado em textos do Canal Rural e MDIC.

Créditos da foto: Discovery Magazine

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