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Logo após a publicação das delações da Odebrecht, diversas áreas econômicas brasileiras foram atingidas em cheio com as falas dos diretores da Companhia. O Comércio Exterior também não ficou isento das ações de influência e propina.
Dois casos chamaram a atenção até agora nas falas dos diretores: A Guerra dos Portos e a CAMEX – Camâra de Comércio Exterior.
Quanto a Guerra dos Portos, as delações apontam que para a implementação da Medida Provisória em 2012, por diversas vezes os empresários não só da Odebrecht como de outras empresas brasileiras, estiveram presentes em reuniões de discussão para criação, edição e institucionalização do projeto.
A ideia, segundo apontam as delações, era que o governo e a Câmara dos Deputados estivessem próximas dos anseios do setor privado e favorecesse este setor com a Medida a ser implementada. Em troca, esperava-se a continuidade de favores/propinas, que segundo as declarações, eram utilizadas para o Caixa 2 das Campanhas.
Tal Medida Provisória não caiu bem desde sua implementação, pois afetou diretamente diversas empresas que importam e revendem seus produtos interestadualmente. A Medida complicou ainda mais as operações das empresas brasileiras, mas pelo visto, facilitou à aquelas que eram interessantes ao governo.
Logo em seguida, as delações também apontam para propinas na CAMEX, principal órgão público que deveria trabalhar em prol a melhoria do Comércio Exterior Brasileiro. Tal entidade, que acaba de voltar a tutela do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), tinha ligações diretas com a Oderbrecht. As delações apontam que as atas das reuniões eram vazadas para as empresas mediante pagamento de propina. Estas atas são sigilosas e tratam de aspectos operacionais e legais da Câmara, no intuito de promover, proteger e desenvolver o comércio exterior. Com o vazamento das atas, a Oderbrecht tinha acesso a informações privilegiadas e antecipada a tomada de decisão sobre as operações que sofreriam alguma alteração.
Como sempre, e neste caso, diretamente ligadas ao comércio exterior, a propina no Brasil se sistematizou, e o maior prejudicado agora é o brasileiro, como sempre.
Vale lembrar que as delações indicam também envolvimento dos Ministros que possuem ligação direta com a área de Comércio Exterior no Brasil. São Eles: Marcos Pereira, Ministro do MDIC; José Serra e Aloísio Nunes, ex e atual Ministros do MRE; e Gilberto Kassab, Ministro das Ciências e Tecnologia.

A Diretoria.

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