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Nesta semana, em entrevista ao Correio Braziliense, o futuro secretário de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, disse que o Brasil poderá crescer 5% ao ano com aumento da produtividade.
Para isso, o ajuste fiscal, juntamente com um governo menor e mais eficiente, são condições necessárias para o crescimento do país.
Porém, só isso não será suficiente para ir além de uma recuperação cíclica. Isso porque o Brasil vem vivendo ao longo de sua história ciclos de altos e baixos, praticamente de 7 em 7 anos. Todo momento se cai, se levanta, e por isso, cresce-se sobre um país que estava negativo. Só vemos crescimento porque numa escala maior, evoluímos. Para mudar isso, temos que mudar essa mentalidade política para ter crescimento de longo prazo.
Se resolvermos os problemas básicos o crescimento será guiado por aumento de produtividade. É preciso migrar do cenário atual, em que, segundo ele, são adotadas políticas compensatórias para a indústria, como subsídios, para um cenário de políticas de promoção da competitividade.
5% ao ano não é absurdo, segundo o secretário, pois se assemelha ao que o agronegócio cresceu com o aumento da oferta no setor. Costa explicou que hoje a produtividade do trabalhador brasileiro é 23% menor do que a do norte-americano, e que é possível adotar políticas para reduzir esse intervalo, o que aumentaria o potencial produtivo da economia.
Uma das alternativas seria a revisão da carga tributária da indústria, que hoje representa 21% do PIB (Produto Interno Bruto) e tem 31% da carga tributária.
O empresário precisa ter mais liberdade para produzir, também, segundo o secretário. “O principal fator que vem faltando para o país é liberdade para empresário produzir. Precisamos ter menos impostos sobre produção e emprego para ser competitivo”.
Também é necessário ajustar a taxa de juros para um patamar adequado, a fim de não “inviabilizar a produção”.
Em sua fala, Costa defendeu ainda a revisão da forma de medir PIB e lembrou que há uma série de serviços adicionados que não entram nessa conta. Ele ressaltou ainda que atividades de serviços adicionados são dependentes de fatores nos quais o Brasil “tem ficado para trás”, como capital humano e ambiente de negócios. O futuro secretário afirmou que é necessário ter foco e não abraçar uma série de atividades.
Para ele, as prioridades estão nas melhorias da formação do capital humano e eliminação de barreiras para empresas, como concentração excessiva e número alto de obrigações acessórias.
Ele também listou a agenda de facilitação de negócios e o planejamento de longo prazo para a infraestrutura entre as prioridades. Segundo Costa, isso será feito com diálogo com o setor produtivo, que é quem sabe dos problemas e obstáculos enfrentados pelos empresários. “Sem diálogo com setor produtivo nos tornamos arrogantes. Esse governo sabe que quem gera emprego e inovação é a iniciativa privada. Temos que atrapalhar menos”, concluiu.
Há de se levar em consideração que o país não suportaria, diante do atual cenário energético e oferta de mão de obra, um crescimento maior que 3%, segundo estudos divulgados pela OMC.

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