Canal de Suez: o que você não sabe

(Tempo para leitura: 4 minutos)
Com o navio desencalhado, fluxo levará alguns dias para entrar em sua normalidade. A notícia boa é que o alerta deverá colocar a autoridade mantenedora, a todo vapor, para ampliar este que é um dos canais mais importantes do mundo.  Mas você conhece o Canal de Suez?

Do navio encalhado
O meganavio que encalhou e bloqueou o Canal de Suez por seis dias voltou a navegar por volta das 10h30 desta segunda-feira (29) na principal ligação marítima entre a Ásia e a Europa, por onde passam cerca de 12% de todo o comércio global. Com 400 metros de comprimento e 220 mil toneladas, o meganavio operado pela empresa Evergreen encalhou no km 151 do canal na terça (23), em meio a ventos fortes e uma tempestade de areia, e bloqueou a passagem de todos os outros navios. Empresas especializadas em comércio marítimo estimam que as perdas econômicas direta ou indiretamente ligadas ao encalhe passam de R$ 300 bilhões, segundo a BBC. Há mais de 400 embarcações na fila à espera da liberação do canal.

Do canal
O Canal de Suez é uma abertura artificial construída no território egípcio para conectar os mares Vermelho e Mediterrâneo e permitir a comunicação marítima entre a Europa e a Ásia sem a necessidade de realizar o contorno do continente africano. Essa passagem tornou o Egito uma espécie de portal entre o Ocidente e o Oriente. A construção do Canal de Suez foi idealizada pelo francês Ferdinand de Lesseps. A obra foi iniciada em 1859 e levou dez anos para ser concluída, sendo inaugurada em 17 de novembro de 1869. Sua construção foi financiada com capital britânico e utilizou tecnologia francesa. Estima-se que 1,5 milhão de trabalhadores, aproximadamente, foram empregados durante a construção do canal. Destes, 25 mil perderam a vida na realização desse projeto. O Canal de Suez permitiu que as viagens marítimas entre a Europa e Ásia fossem reduzidas em aproximadamente 7.000 quilômetros, uma vez que contornar o continente africano deixou de ser obrigatório para a efetivação do comércio entre os dois continentes.

Do que está por vir
Em 2015, o governo do Egito inaugurou o “Novo Canal de Suez” com a construção de um novo canal, paralelo ao existente, de 35 km de extensão. Com essa ampliação, o Canal de Suez passou a ter 115,5 km de via duplicada e possibilitou travessias simultâneas de embarcações nos dois sentidos. Estima-se que a capacidade de travessia no Canal seja ampliada de 49 para 97 embarcações por dia até o ano de 2023, quando toda a obra estiver concluída e em operação. Especialistas em comércio marítimo veem com resistência as previsões da autoridade marítima do Canal de Suez, que prevê um crescimento tão robusto na procura pela travessia no canal. Dois fatores são utilizados para diminuir essas expectativas: a complexa situação que envolve o comércio mundial (previsões tão otimistas são cada vez mais difíceis de se concretizar) e, também, a instabilidade do mercado do petróleo, que representa o principal custo do transporte marítimo. A variação de preços pode estimular ou retrair o interesse por esse tipo de transporte. Com o incidente, a expectativa é de que as obras tenham alta amplificação, a fim de evitar futuros e maiores transtornos.

Créditos da foto: Brasil Escola
Retirado e baseado de Brasil Escola

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