Coronavírus e China: uma lição para a humanidade

Cidades isoladas, hospitais erguidos em pouco mais de 10 dias. Mobilização social e ajuda de todas as regiões. Qual a lição que a China vai nos deixar quando o coronavírus acabar?

O coronavírus
Até o momento, 426 mortos, 20.202 casos confirmados, 621 já curados, 27 países atingidos. Esses são os dados até agora, segunda-feira 03 de fevereiro de 2020, a noite.
Os dados são alarmantes, na reabertura das bolsas na China após o feriado, 8% de queda. Algo muito relevante para a economia que divide o topo do mundo com os norte-americanos.
Ainda não se sabe a origem do vírus. O que se sabe é que felizmente é menos mortal que Sars e Ebola, os dois últimos grandes vírus que passaram pelo planeta.
No epicentro da China, em uma das cidades mais conectadas do país, 10 milhões de pessoas estão isoladas e preocupadas com o andamento do contágio. Mesmo assim, a incerteza já começa a dar lugar a organização no sistema de saúde chinês, que em 15 dias espera controlar o vírus e atender toda a demanda dos contagiados.
Além do isolamento de Wuhan, cidades próximas e outras grandes cidades chinesas estão em estado de atenção máxima. Cancelaram as festividades do ano novo chinês e devem adiar o retorno ao trabalho. Tudo para evitar o contágio.

Da vida na China
Logo após a divulgação do vírus, milhares de vídeos e conteúdos circularam na internet deflagrando costumes chineses e apontando para alguns destes, como o causador do vírus.
É provável que a origem tenha sido através de alimentação, porém, ainda não é possível definir de qual a animal e o porquê.
É um fato que os chineses comem carne in natura (frescas) e preferem a culinária de animais abatidos, ou seja, animais que são cozidos logo após o abate.
Nos grandes centros, é bem comum degustar um animal que na cultura ocidental pode parecer estranho, como tartarugas, espécies de insetos, cobras etc.
Porém, alguns animais não são tradicionais na China atual, como cachorro, por exemplo. É fato também que a “chinese food” é respeitada no mundo todo por sua diversidade.
Alguns hábitos de higiene ao se alimentar ainda precisam ser melhorados, tal qual a própria higiene pessoal, que inclui banho, escovação de dentes e até mesmo a higiene doméstica. Mesmo assim, não é possível afirmar e crucificar os chineses por estes hábitos. Até porque diversos países possuem doenças características do seu clima e características regionais. No Brasil, por exemplo, convivemos com doenças oriundas de práticas muito básicas de cuidados, que se bem cuidadas, não existiriam. O maior exemplo é a dengue.
Além disso, o maior desafio da China é algo de certo modo histórico: grandes conglomerados que residem nos grandes centros. Esse sim um motivo real de preocupação.
O acúmulo de pessoas que convivem nos grandes centros, apertados e dividindo os espaços é o grande desafio para algo contagioso. Não à toa o isolamento e o toque de recolher foram as primeiras medidas tomadas. Além disso, a China é um dos países mais conectados com o mundo, seja pelo fato do mundo viajar para a China em busca de negócios e oportunidades, seja pelo acesso dos chineses em todo o mundo através do turismo, da imigração e dos negócios.

Coronavírus e China: uma lição
Ainda que o problema seja de enorme gravidade, a China tem deixado uma grande lição a humanidade no combate ao vírus. Desde a descoberta foram diversas as ações tomadas. Isolamentos de áreas gigantescas, com populações de milhões em cidades, toque de recolher, adiamento de festividades tradicionalíssimas para a cultura oriental, construções de hospitais em tempo recorde. Todos estes fatores só mostram que a China é hoje um país de se invejar. Enquanto o mundo discutia a dimensão do problema, os chineses já estavam rastreando o DNA do vírus e cercando todas as possibilidades de propagação, mesmo que fosse inevitável.
Além disso, a população chinesa se reconheceu no problema. Ajuda de todas as regiões do país para o fomento de suprimentos estão sendo realizadas. Ajuda a estrangeiros no processo de saída do país ou mesmo no isolamento.
A vantagem de uma país como a China, ou mesmo num Japão – para evitar uma análise de que se trata de política comunista – é que estes sofreram ao longo de sua história com catástrofes e guerras. Isso tornou a população amadurecida para superar problemas. Fez com que qualquer adversidade que chegue ao país possa unir ainda mais a população em busca de saída.
E é isso que vai ficar. Uma lição de um país gigantesco geograficamente e demograficamente, que precisou impor severas condições a população local, mas que viu neste mesmo povo, o respeito as regras e a coletividade e hospitalidade de todos.
Parabéns China! Que possamos aprender com vocês sempre!

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