O cenário brasileiro não é bom, pelo contrário, crise política, na saúde e na economia. O cenário se agravou ainda mais com a saída do Ex-Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, na última semana. E o dólar subiu, muito além do imaginado. Mas será o maior valor da história?
Alta do dólar
Se o Focus previa no início do ano, um dólar na faixa de 4,10 a 4,20 ao longo de todo ano, errou feio. Alguns fatores chamam a atenção: reação do mercado frente aos cortes de juros da Taxa Selic, e agora, mais recente, o efeito Coronavírus e seu impacto na economia global.
Não bastasse isso, a crise política só reforça ainda mais os receios do mercado. Resultado: dólar ultrapassando 5,50.
O ano começou com um dólar a 4,0301. Fechou janeiro em 4,2689. Já em 28/02 batia os 4,50, fechando o mês em 4,4981. Fechou março nos incríveis 5,1981. Agora para o FOCUS desta semana, até 31/12/2020 o dólar deve recuar, voltando para faixa dos 4, porém, com previsão de encerrar em 4.80. Esse valor já representa mais de 17% de reajuste na previsão do câmbio desde o início do ano. E nessa semana que se encerrou, ultrapassou os 5,50 e chegou a atingir 5.70, maior valor nominal da história do país até o momento.
Dólar em 2002
O valor é com certeza o maior de toda história. Mas o recorde de hoje é apenas nominal, ou seja, não considera a correção pela inflação. Para bater o recorde histórico, o dólar teria que ultrapassar hoje a marca de R$ 10,81, segundo cálculos da empresa de informações financeiras Economatica.
O Uol apurou que essa seria a cotação correspondente ao valor do dólar em 22 de outubro de 2002 (R$ 3,954), corrigido pela inflação acumulada no Brasil desde então. A correção é necessária porque, devido à inflação, o poder de compra de R$ 3,954 em 2002 era muito maior do que hoje.
Esse cenário ocorreu entre o primeiro e o segundo turno da eleição presidencial disputada na época. Com receio do resultado que se confirmou, da esquerda assumir o poder pela primeira vez, o mercado se ajustou e milhares de dólares saíram do mercado na expectativa do que estaria por vir.
Projeções do que está por vir
Com a situação política agravada e tentando contornar os escândalos, o presidente Jair Bolsonaro pretende manter, ao menos por agora, o atual Ministro da Economia, Paulo Guedes.
Especula-se inclusive que o atual Ministro esteja com sua força diminuída, mas que toda a base do Presidente concorda que perde-lo agora, logo em seguida às quedas do Ministro da Saúde e do agora ex-Ministro Sergio Moro, seria um grande encaminhamento para o fim do seu mandato.
Por isso, o mercado reagiu bem ao início da semana, com a afirmação forte de que a economia do país ainda está nas mãos do atual Ministro Paulo Guedes, mesmo com o plano Pró-Brasil tendo sido feito sem sua total aprovação.
Créditos da foto: Britannica.com