Eleições na Argentina: o que pode mudar para o Brasil e Mercosul

A esquerda, ou centro-esquerda, como os argentinos estão chamando, retorna ao poder após um mandato do governo Macri. O que esperar para o país daqui em diante? E para o Mercosul?

Da expectativa na Argentina
A eleição na Argentina surpreendeu e muito desde as prévias. Quando muitos imaginavam que a esquerda tinha encerrado as atividades nos países sul-americanos após a eleição do Brasil, a Argentina mostrou o contrário: experimentou o modelo de direita e acabou optando e escolhendo pelo modelo anterior.
Mesmo com a crise nos governos Kirschner que culminaram com a troca de modelo de governo, o povo argentino entendeu que a experiência com Macri foi ainda mais ruim.
Diante disso, a partir de agora teremos a volta do modelo mais de esquerda, ou, como estão dizendo, mais de centro-esquerda. Alberto Fernández, novo presidente argentino foi eleito com 48% dos votos.
Para vencer as eleições, o novo Presidente contou com ajuda massiva de Christina, e de uma ala nova dos Peronistas, criada por ele mesmo em 2018, a chamada nova geração Peronista.
Assim, e com a expectativa dos mais de 12 milhões de votos recebidos, Alberto terá a difícil missão de reerguer a Argentina, que tanto sofre nas últimas décadas.

Do Mercosul
A situação mais delicada é com certeza para o bloco. Após de fortalecer após a eleição de Bolsonaro, o bloco começou a ganhar notoriedade e alinhamento, principalmente no que diz respeito aos acordos comerciais recentemente firmados.
Na atual presidência, o Brasil impulsionou nos últimos meses e acelerou processos que estavam parados e que agora, precisariam de um alinhamento ainda maior para que saíssem definitivamente do papel.
O alinhamento ideológico nesse caso é fundamental para a sequência do processo, por isso, inevitavelmente o bloco precisará pensar acima de seus líderes e situações políticas.

E para o Brasil
O Brasil tem na Argentina um dos seus principais parceiros comerciais. Quando a economia no Brasil vai bem, a Argentina colhe os frutos e vice-versa. Obviamente que o Brasil tem uma economia maior, o que de certa forma o protege de situações adversas do país vizinho.
Porém, uma melhora na conjuntura política argentina com o novo governo, pode sim resultar em bons frutos para os brasileiros.
O plano de investimentos do Brasil nos negócios e relações bilaterais devem continuar. Apenas não serão continuados se houver um choque político muito grande entre os dois países, o que não deve acontecer nos próximos meses.


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