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No último dia 23, o UOL estampou em sua matéria de destaque do site uma reportagem que dizia: Falta matéria-prima para 68% da indústria retomar produção após a pandemia. Junto com essa reportagem, inúmeras outras estão sendo divulgadas diariamente. Todas relatando a falta de insumos e o aumento dos preços. Resultado: as empresas estão buscando como nunca antes, a importação direta.
Da falta de matéria-prima
De acordo com dados de sondagem especial da CNI (Confederação Nacional da Indústria), 68% das empresas estão com dificuldade para comprar matérias-primas no mercado nacional. Dentre as empresas que utilizam insumos importados regularmente, 56% relataram dificuldade. Além disso, 82% perceberam alta nos preços, sendo que 31% falam em alta acentuada. A pesquisa contou com a participação de 1.855 empresas, entre 1º e 14 de outubro, em 27 setores das indústrias de transformação e extrativa.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial brasileira cresceu pelo quarto mês consecutivo em agosto.
No estado de Goiás, talvez haja hoje a única exceção do país. Uma das vantagens da indústria goiana é que suas maiores produções estão ligadas ao setor alimentício, muito dependente do agronegócio. Também o minério. Com isso, a falta de insumos que tem afetado a cadeia de produção de indústrias, como a do vestuário (com a falta do algodão) ou das montadoras (com a falta do aço), não afeta de maneira tão impactante a economia goiana.
Alguns setores tem sofrido muito
Com vendas acima do esperado, o mercado têxtil vive um descompasso entre oferta e demanda de produtos. A volta à “normalidade” só deve acontecer em 2021.
Como ainda não há uma forte presença da venda on-line neste setor, devido ao menor interesse do consumidor em comprar roupas à distância, o mercado estagnou nos meses mais severos da disseminação da Covid-19. Com as lojas fechadas, apenas uma pequena parcela do consumo migrou para a internet. Isso não foi suficiente para que as varejistas demandassem mais produtos da indústria devido à incerteza na retomada. Com a reabertura das unidades físicas, as redes de vestuário passaram, então, a registrar um avanço expressivo em suas vendas, o que causou atritos para a recomposição dos estoques.
Em Minas Gerais, a situação segue a nacional, com muitas dificuldades com a falta de insumos e até a falta de trabalhadores, como explica o economista da Fiemg Isaac Carlos Silva.
Já entre as empresas mais afetadas pela pandemia estão as micro, pequenas e médias indústrias. Muitas fecharam as portas sem recursos para seguir em frente diante da crise.
Oportunidade para importação
Com a falta de insumos no mercado e com demanda maior que a oferta, atrelado ainda às margens cada vez menores nas cadeias produtivas, surge nas indústrias o desejo da importação. E a importação aqui mencionada não é a indireta (por trading), mas a direta (sem intermediários).
As indústrias se vêem, mesmo com o dólar no maior patamar de sua história, obrigadas a cotar matéria-prima para seu processo produtivo não parar.
Os principais destaques são as buscas por resinas e polímeros plásticos, derivados do aço e insumos têxteis. Reforçam essa alta do mercado, produtos eletrônicos utilizados na indústria da automação e nas linhas de montadoras.
Mesmo sem poder viajar às feiras e visitar os fabricantes, as empresas tem utilizado as empresas de consultoria e portais de internet para desenvolver seus fornecedores no exterior, o que reflete em forte alta desta tendência pelo menos até o começo de 2021.
Mas todo cuidado é pouco. Ao analisar a viabilidade de importação, as empresas deverão prestar bastante atenção no câmbio e no planejamento financeiro, até para comparar bem a viabilidade e o tempo do processo em relação a oferta nacional.
Créditos da foto: Itatiaia
Retirado e baseado de Agência Brasil
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