Fretes voltam a subir de maneira assustadora

(Tempo para leitura: 4 minutos)

Repost: Bloomberg

Aumento excessivo do comércio exterior mundial, diminuição de rotas pelos armadores nos últimos anos, oligopólio de mercado. Estes são alguns fatores que fazem deste momento, um dos piores no cenário de preços de frete internacional.

Super preços
Temos visto uma loucura nos últimos 6 meses no que diz respeito aos fretes internacionais.  Um verdadeiro leilão onde quem pode pagar mais, leva o espaço do container. Neste caso, pra varia, os EUA aparecem no topo do leilão. Com fretes custando até USD 15 mil, os americanos parecem que estavam com forme de comprar do mundo asiático. Faltam equipamentos e há esperas por espaço atingindo 90 dias. Na América do Sul a coisa não muda muito. Os fretes estão voltando ao patamar de USD 10 mil, sem chances de voltar tão já aos anteriores USD 1 ou 2 mil. E o mercado não para. Quem tem importado e arriscado pagar os super fretes, não tem se arrependido. Até porque, com menos importadores se arriscando, quem tem produto está vendendo. Uma loucura.

Por que?
Vários são os motivos. A pandemia desregulou o mercado de tal forma que muitos fatores se desencadearam, e outros, que já existiam foram agravados. A começar pelo oligopólio de armadores (donos de navios). Os poucos grupos dominam o planeta. Com a altíssima demanda, a lei da oferta e procura que já tende a ser aplicada, num mercado oligopolista só mostra ainda mais agressividade. O outro motivo é a aceleração das commodities. Um novo grande ciclo está acontecendo e o mercado está consumindo muito. Um terceiro motivo, é o mercado americano. Retraído nos anos de Trump, voltou a consumir em massa da China. Além destes motivos, acidentes como do Canal de Suez, Covid infectando portos na China e travando operações, além, é claro, das injeções de capitais no mercado que aceleraram a necessidade de consumo nas nações, forma o menu perfeito do caos nos fretes.

Perspectivas
A curto prazo as perspectivas não são boas. Falta de equipamentos para exportadores brasileiros, aumento nos preços dos fretes tanto de importação quanto exportação e imprevisibilidade nos embarques. A médio prazo, considerando daqui para o final do ano, se há tendência continuar dando os mesmos sinais de agora, o frete pode escalar ainda mais. A longo prazo, a expectativa é de uma redução nos preços, voltando ao patamar de USD 5 mil/TEU.

Créditos da foto: Photo by Andy Li on Unsplash
Retirado e baseado Bloomberg

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