O aumento do consumo de carnes nobres no Brasil é uma realidade. Com isso, a necessidade de acessar carnes de procedência estrangeiras são cada vez maiores, o que gera uma constante pergunta: é possível importar carne no Brasil?
Do segmento de carnes
O Brasil é um produtor de carnes e grande exportador. Consolidado no mercado, em dezembro de 2018, a exportação de carne para o exterior já tinha sido 11% maior do que em 2017, vendendo cerca de 1,64 milhão de toneladas. Em 2019, o país já conseguiu se consolidar como o maior exportador de carne bovina do mundo, de acordo com a ABIEC (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne).
Mesmo com essa gigantesca produção, há mercado para importação de carnes, principalmente as nobres, importadas.
Para se ter uma ideia, em 2019 o Brasil importou até o presente momento, quase 11 mil toneladas de carnes congeladas (desossadas). Em valor isso equivale a USD 78 milhões, um preço médio por quilo de carne importada de USD 7,21.
As origens das carnes são poucas. Nesse seleto grupo estão Argentina, Austrália, Estados Unidos, Japão, Paraguai e Uruguai. Destaque para o Japão, com preço por quilo próximo a USD 64,00.
Porém, mesmo com a crescente, há de se destacar queda na importação comparada a 2018. Em valor e se comparado aos mesmos 11 meses deste ano, importamos 22% menos em valor e 16% menos em quantidade que 2018. Isso também é reflexo de um dólar mais alto e de uma diminuição do mercado brasileiro importador.
Do controle da importação
Ainda que o mercado de carnes nobres no Brasil tenha crescido nos últimos anos, o entrave à importação é enorme. Por se tratar de alimento, os requisitos são severos, e com razão, no controle a sanidade de toda a cadeia logística importadora. Desde a homologação do fornecedor até a chegada ao importador, e obviamente depois também considerando a logística distribuidora a nível nacional, o processo é arduamente controlado.
O problema aqui é que isso torna o mercado bastante seleto, já que poucos importadores conseguem atingir os requisitos. Além disso, poucos frigoríficos estrangeiros conseguem se adequar às necessidades brasileiras, tornando a oferta até menor que a procura.
A negociação para compra também é completamente diferente de uma compra tradicional de um produto não controlado. O modelo de negociação parte de uma relação totalmente de parceria entre exportador e importador, em todos os aspectos, o que necessitará de uma viagem a campo para conhecer o fornecedor ou vice-versa, bem como um trabalho de 4 mão em nível documental junto ao Ministério da Agricultura e demais órgãos fiscalizadores.
Dicas nesse mercado
Se você é entrante nesse mercado, a sugestão é que não comece importando, mas sim, que busque parceira com quem já está no mercado como importador. Caso não possa por algum motivo, a sugestão é trabalhar com produtos acessórios a esse mercado, que também estão na moda.
São exemplos de produtos: churrasqueiras para uso em apartamentos, talheres especiais, acessórios para cozinhar e preparar a carne, temperos especiais e tecnologias para o segmento.