O COMÉRCIO EXTERIOR QUE EU QUERO!

Na semana do comércio exterior e do profissional de comex, a mensagem é: precisamos e é importante abrir mais a economia, mas com cuidado, por causa dos custos do Brasil e da dificuldade de competir com o exterior.
Os custos de produção no Brasil são mais elevados do que os principais países desenvolvidos, diante da baixa oferta de mão de obra qualificada, carga tributária e problemas logísticos. Neste caso, a redução de tarifas de importação pode matar a indústria nacional.
Todo cuidado é pouco. Não podemos sair abrindo o Brasil para o mundo. Em 1948, a participação do Brasil das exportações globais (2%) era maior do que a soma das vendas para países estrangeiros de China (0,9%) e México (0,9%), segundo dados da Organização Mundial do Comércio (OMC). Entretanto, em 2017, os chineses alcançaram uma fatia de 13,2% das exportações globais, os mexicanos de 2,4% e a do Brasil encolheu para 1,3%. A China é o segundo maior exportador, enquanto o Brasil, 26º.
O objetivo anunciado pelo novo governo, em Davos, semana passada, é criar um ambiente favorável para que a soma das importações e exportações passe dos atuais 22% do PIB para 30% até o fim de 2022. Em média, os países desenvolvidos possuem 40% e 50% do PIB, destinado para o comex.
O cenário tem mudado. Em 2000, 25% de tudo de que se exportava ia para os Estados Unidos. Hoje são 12%. Dos dez produtos mais exportados naquele ano, dez eram manufaturados. Atualmente, são apenas cinco, e o restante são commodities.
Alternativas como pluralização dos atuais acordos bilaterais, somadas às reformas estruturais do governo brasileiro, corroboram com a ideia de crescimento sustentável. Além disso, uma aquietação no mercado externo com as atuais condições (BREXIT, Guerra Comercial, Coréia do Norte), farão e possibilitarão que o Brasil desenvolva sua carteira de clientes.
Naturalmente, incentivos públicos e melhorias da infraestrutura precisam ajudar, para que de fato, consigamos ser mais competitivos e sentirmos menos o impacto dos importados. Aliás, para que possamos sentir apenas a competividade de nossas exportações.

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