Provavelmente você já leu, viu e ouviu muita coisa nos últimos dias sobre a greve. Também já deve ter lido ou visto que não é uma exclusividade do Brasil e nem seremos os primeiros a manifestar contra o aumento dos combustíveis.
Também deve ter visto ou lido que neste momento, no mundo, diversos outros países estão passando por manifestações, greves e passeatas. Desde os irmãos Venezuelanos, até os distantes franceses. Todos com instabilidade política.
O que talvez você não tenha visto ainda, foi uma análise sobre o como somos dependentes de um único modal no Brasil.
Nunca percebemos o tanto que somos reféns de um sistema que basicamente é monopolizado em rotas rodoviárias.
Se tivemos uma navegação fluvial funcional, uma cabotagem funcional, ferrovias a todos vapor, que força teriam os caminhoneiros? Aliás, não seria um demérito a esta tão importante classe, pois seriam e continuariam sendo importantes para a sociedade e economia brasileira.
Porém, não seríamos tão reféns.
Pois bem, é e foi um tiro no pé dos governantes brasileiros. Interesses diversos fazem do Brasil um país atrasado na sua distribuição logística. Países menos ricos, menores em extensão e menos interessados em desenvolvimento, se adequaram a multimodalidade como maneira de viver.
E não estamos falando do discurso óbvio de que se tivéssemos essa variação de modalidades, teríamos produtos mais baratos nas gôndolas, talvez teríamos menor demanda e consequentemente menor preço nos combustíveis, e por isso, essa greve, pacífica e muito importante, infelizmente não teria tanta força, ou talvez nem existiria.
Talvez nesses últimos dias o governo tenha pensando “por que não tirou do papel” projetos tão importantes como a ferrovia Campinas > São Paulo > Rio de Janeiro.
As pessoas não estariam paradas aguardando combustível para dar continuidade nos seus negócios. As cargas estariam sendo transportadas, e sim, em menor custo do que temos hoje.
Mas foi e é interessante monopolizar, ganhar mais, privilegiar alguns ou muitos.
Que pena que o mundo conspira a favor (ou contra) e a engrenagem se inverte.
A diretoria