Próxima década: o novo epicentro do mundo

A diminuição do crescimento chinês somada a abundância de recursos para investimentos farão uma transformação em 9 países asiáticos, o chamado “novo epicentro do mundo”.
Se você ainda não sabe de quem e do que estamos falando, vamos nesse artigo tratar quem são eles e os impactos destes países no mercado brasileiro.

Da recessão chinesa e acúmulo de capital
O elevado crescimento chinês ocorrido nos últimos 30 anos transformou completamente o mercado mundial. De um país com população miserável a um país com maior poder de investimentos externos do planeta.
A China é um fenômeno difícil de explicar. É a economia comunista mais capitalista da história. Um modelo diferente de tudo que as teorias poderiam explicar: um híbrido que mistura controle de informações da população e único partido político, com enorme pujança na área de incentivos a modernização da indústria, com aceleração global e intensificação dentro de cadeias produtivas globais.
No entanto, o crescimento econômico acelerado somado ao controle da natalidade fizeram com que nos últimos 2 anos, assim como nos próximos, os crescimentos (maiores que dois dígitos) caíssem para menos de 7%. Uma raridade, quando falamos da China, mas uma realidade para um pais que ascendeu tanto nos últimos anos.
Fato é que os chineses conseguiram acumular enorme capital para investir no mundo todo, principalmente nas economias emergentes, o que faz deste país um grande parceiro econômico.
Esse modelo também cobre uma lacuna das relações bilaterais dos países com a China.  Como na maioria das vezes a China tem superávit com o país no que tange importação exportação, a ideia de investir no pais é também uma maneira de manter a boa relação com o seu consumidor, colhendo no futuro os resultados desse financiamento.

Dos 9 países
Índia, Paquistão, Bangladesh, Vietnã, Tailândia, Mianmar, Malásia, Camboja e Laos. Aqui estão os 9 países para qual os investimentos da China estão sendo direcionados. Não à toa muitos processos fabris migraram da China nos últimos anos para estes países, em face a elevação dos custos produtivos na China, em cadeias globais que precisam basicamente subsistir por custos baixos de produção e mão de obra. Setores como calçados e vestimentas de grandes grupos estão sendo produzidos nestes países. Basta olhar a etiqueta para ver o “made in…”.
Ai você pode se perguntar: mas por que é interessante para a China fomentar concorrentes? A resposta é mais óbvia do que parece. Estes 9 países atingirão uma população de 2,5 bilhões até 2025. Atualmente, somadas as populações, já são quase 2,1 bilhões. Financiar estes países significa promover futuros clientes. Uma vez que as economias destes países crescerem, precisarão de alimentos a bens de consumo, de matéria prima a equipamentos. A China é provedora de boa parte disso, então trabalha hoje plantando para colher no futuro.

Das oportunidades para o Brasil
Mas esse investimento chinês não só beneficiará a eles próprios. Alguns países, se trabalharem corretamente, colherão também excelentes benefícios. O Brasil é um deles. Se o crescimento chinês puxou o crescimento brasileiro de 2000 para cá, principalmente no agronegócio e na mineração, o mesmo fenômeno irá acontecer agora, mas em proporção 80% maior. Ou seja, se fizermos a lição de casa, praticarmos a boa vizinhança e conseguirmos ser mais efetivos, principalmente nestas duas áreas mencionadas, termos anos dourados por mais uma década. Quem sabe de fato essa onda não fará do Brasil um país do presente, ao invés de um país do futuro.

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