O Departamento Nacional de Estatísticas (National Bureau of Statistics – NBS) chinês divulgou os resultados do PIB referentes ao segundo trimestre de 2018. Na comparação frente ao mesmo período do ano anterior, o país apresentou crescimento de 6,7%, taxa menor do que a registrada no trimestre anterior (6,8%). Há 12 trimestres seguidos que a taxa interanual de crescimento permanece entre 6,7% e 6,9%.
Pela ótica da oferta, o setor industrial apresentou o mesmo movimento interanual que o produto nacional e desacelerou ao passar de 6,3% para 6,1%. Em sentido oposto, o setor de serviços apresentou leve acréscimo em sua taxa, de 7,5% para 7,6%. Enquanto o setor agropecuário não teve variação em sua taxa interanual, registrando um avanço igual ao trimestre anterior (+3,2%). Já pela ótica da demanda, destaque para a aceleração de 1,3 p.p. do consumo das famílias, registrando uma taxa de 6,7% ante 5,4% do primeiro trimestre. Por outro lado, a formação bruta de capital fixo registrou taxa de crescimento menor que a última leitura, em 6,0% ante 7,5%.
No que tange o setor externo, as exportações líquidas sofreram uma queda de 26,7% quando comparada ao mesmo período do ano passado. Enquanto que as exportações cresceram apenas 4,9% neste trimestre, as importações tiveram acréscimo de 11,5%, influenciando fortemente no resultado da balança comercial do segundo trimestre.
Essa queda no crescimento chinês tem reflexo direto na economia global e brasileira. Se o maior parceiro econômico do Brasil cresce menos, nós crescemos menos. Se os recentes entraves da China com os EUA aumentarem de intensidade, o crescimento chinês pode diminuir ainda mais, e o resultado pode ser uma diminuição do crescimento do PIB global, e consequentemente, do crescimento que o Brasil poderia almejar.
A ótica do crescimento internacional precisa urgentemente de um cessar fogo, caso contrário, as economias continuarão a recuar suas projeções de aumento do poderia econômico.