O primeiro ano de governo Bolsonaro e a política externa brasileira

O Brasil foi destaque no cenário internacional por diversas vezes em 2019. Fosse por problemas com a Amazônia e Brumadinho, ou por notícias boas como a retomada da economia e o Acordo com a União Europeia, uma coisa é fato: fomos protagonistas por várias vezes neste ano que passou.

Da mudança de cenário
Uma ruptura das tradicionais ações do governo brasileiro ao longo dos últimos 20 anos. Assim a BBC definiu o primeiro ano de Bolsonaro quanto a política externa do Brasil.
Parte da influência do atual modelo pode ser dividida em 3 áreas do governo atual: os devotos de Olavo de Carvalho (olavistas), os militares e a equipe econômica. Muitas vezes, cada um caminha para uma direção. Mesmo assim, bons fatos aconteceram no último ano.
Foram deixados de lado alguns aliados históricos do Brasil como Cuba, Venezuela, Irã e alguns países africanos. Foram colocados no primeiro escalão os EUA, seguidos por China e países da Europa.

Alguns fatos
O ano começou com Bolsonaro fazendo uma idolatria a Trump. E logo isso se confirmou, quando em março o presidente brasileiro foi a Washington e revelou diversas reverências ao presidente americano. Nessa mesma visita iniciou-se um processo para conquistar o apoio americano para o voto da entrada da OCDE, abrindo mão por exemplo, do tratamento diferenciado que o Brasil sofria na OMC. Houve também aumento dos negócios e isenções por parte do governo brasileiro, que isentou taxa de importação para o etanol e trigo dos americanos. Do lado americano, mesmo com diversas ações brasileiras não houve redução de barreiras para entrada do nosso açúcar por lá, tão pouco isenção dos vistos, apenas priorização.
O segundo fato foi a visita de Bolsonaro a Israel, que culminou numa intensificação dos negócios entre ambos os países, bem como num apoio as políticas de Trump por lá. A embaixada continua sendo em Tel Aviv, mesmo reconhecendo Jerusalém como capital israelense, rompendo com a prática tradicional que o país vinha exercendo a anos.
O terceiro grande passo foi o acordo com a União Europeia, do qual o Brasil representa uma parte do Mercosul. O acordo promete ampliar os negócios para os dois lados.
O quarto passo foi o comportamento brasileiro frente as críticas das queimadas na Amazônia. Numa atuação diferente do que se via antes, o governo bancou e mais que isso, peitou grandes potências como França e Alemanha, quando estes dois países criticaram a atual política de meio ambiente brasileira. Esse fato é histórico e importante se o assunto for autonomia e autoridade, porém, em algumas vezes o presidente brasileiro passou do ponto.
O quinto passo foi a visita de Bolsonaro a Pequim. Em outubro ainda, o presidente brasileiro esteve na China para tratar de fortalecer o laço dos dois países, já que os chineses são nossos principais parceiros econômicos da atualidade. Mais que isso, temos uma rentabilidade muito grande nessa relação, exportamos muito mais que importamos. Esse passo também mostrou a simbologia que o governo não tinha somente um lado – o americano.
Por fim, o último passo foi a não participação de Bolsonaro na posse do novo Presidente Argentino. Isso fez com que o atual presidente dos Hermanos rompesse com Bolsonaro. Desde então, não houve contato até o momento entre os dois.

Dos próximos cenários
Novos acordos estão por vir. Japão, Coréia do Sul, EUA. Estes devem ser os próximos. Há ainda de acordo com a China, o que parece bastante difícil, já que se trata de uma abertura intensa e preocupante para a indústria nacional.
Pela parte da ideologia, parece cada vez mais nítido que o Brasil caminhará em paralelo com as ideias de Trump, que se reeleito, continuará pelos próximos anos, indicando os caminhos a Bolsonaro.
Esperamos que a equipe econômica possa ter bom senso para tomar parte do que for devido e importante ao Brasil, sem roteiros ou a quem seguir.

Créditos da foto: Uol


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