Saiba o que Bolsonaro foi fazer na Índia

Em 4 dias de visitas, 15 acordos firmados e muitas declarações de alinhamento entre ambos os líderes. Foi assim que Presidente Brasileiro Bolsonaro e o Primeiro Ministro Narendra Modi intensificaram a relação entre ambos os países.

Da visita
As visitas começaram no sábado (25), e desde então, foram assinados entre os governos brasileiro e indiano 15 acordos de cooperação e memorandos de entendimento em várias áreas. As principais, foram a de energia, agricultura, ciência e tecnologia. Também houveram trabalhos na área de facilitação de negócios e biocombustíveis, com ênfase para o etanol. Não ficou definido, mas já está encaminhada, a liberação dos vistos para viajantes dos dois países.
No principal evento comercial da missão, participaram 70 empresas brasileiras e 164 indianas.
Não foram anunciados investimentos no Brasil, por parte da Índia. Do lado brasileiro, no entanto, a fabricante de motores industriais WEG, anunciou a ampliação de sua fábrica na Índia, iniciando a produção de geradores de energia eólica na unidade de Husur, ao sul de Nova Délhi, apostando no potencial de diversificação da matriz energética indiana.
Ainda na visita, a Taurus anunciou sua joint venture com a indiana Jindal Group, maior fabricante de aço da Índia e uma das dez maiores do mundo, detentora de um faturamento anual superior a US$ 24 bilhões e com 200 mil funcionários no mundo.

Do comércio bilateral Brasil e Índia
Além de pertencer aos BRICS, Brasil e Índia vem aumentando suas negociações nos últimos anos também de modo bilateral. Juntos os países somam 20% da população mundial, fazem parte do G10 e fecharam a corrente de comércio exterior em USD 7,1 bilhões. A expectativa com a visita e com as intenções de facilitação do comércio, é elevar até 2022 para USD 15 bilhões em negócios de modo bilateral.
Em 2019 tivemos um déficit comercial com os indianos. As exportações brasileiras ficaram em US$ 2,76 bilhões e as importações, em US$ 4,26 bilhões.
A Índia investe no Brasil nos setores farmacêutico, de mineração, de engenharia, tecnologia, transmissão de energia, defensivos agrícolas e fabricação de veículos pesados. O Brasil investe em setores como motores elétricos, terminais bancários, de mineração e de biocombustíveis, além de componentes de veículos pesados.

Dos 15 acordos de cooperação
Os governos dos países assinaram 15 acordos de cooperação, entre os quais, parcerias para ampliar investimentos e intensificar o uso e a produção de bioenergia e combustíveis como etanol, biodiesel, bioquerosene e biogás, além de um acordo que visa ampliar a exploração de petróleo e gás entre os dois países.
Na área de produção do Etanol, a atual Ministra da Agricultura fez uma apresentação em um dos painéis, solicitando a intensificação de uma parceria entre Brasil e Índia para que o segundo país, utilize tecnologia brasileira para a produção do etanol, já que também são produtores de açúcar.
Na área de cibersegurança os dois países se comprometeram a estreitar a troca de informações sobre o tema, respeitadas as leis de cada país. Brasil e Índia também aprofundarão o acordo assinado em 2006 para cooperação tecnológica entre cientistas, instituições de pesquisa e de financiamento.
Outro acordo também fortalece parceria no processamento de alimentos e na área agropecuária, e fortalece colaboração de produção leiteira.
Além disso, em 2016, o Brasil apoiou publicamente pela primeira vez a inclusão da Índia como membro do Grupo de Fornecedores Nucleares, abrindo espaço para cooperação nessa área. O Brasil tem em seu solo a terceira e a sexta reservas de urânio e tório, respectivamente. O país também tem terreno fértil para se beneficiar da cooperação técnica em questões espaciais, já que a Índia está se tornando uma plataforma de produção e lançamento de satélites, enquanto os países latino-americanos tradicionalmente dependem da especialização chinesa.
Só ficou faltando cumprir a promessa da isenção dos vistos, mas num geral, a visita foi bastante produtiva e pode se tornar ainda mais, caso o pleito da Índia em aumentar o comércio com o Mercosul seja levado a diante ainda esse ano pelo bloco latino.

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