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(Tempo para leitura: 4 minutos)
Liderados pela China e sem a presença dos EUA, 15 países assinaram o maior acordo econômico já visto.

Do acordo
A China e outros 14 países da região do Pacífico asiático fecharam neste domingo, 15, o que é até agora o maior acordo comercial do mundo.
O acordo de livre comércio foi batizado de Parceria Econômica Regional Abrangente (RCEP na sigla em inglês). O bloco comercial abrange um mercado de 2,2 bilhões de pessoas e 26 trilhões de dólares, ou um terço do PIB global.
Participam países como Japão, Austrália e Nova Zelândia. O acordo é maior do que a aliança entre os países da União Europeia e que o USMCA, o “novo Nafta” entre os países da América do Norte (México, EUA e Canadá).
O acordo é uma extensão do já existente ASEAN, acordo comercial entre 10 países asiáticos, como Indonésia, Tailândia, Filipinas, Vietnã e Singapura.

Objetivo do acordo
O objetivo do acordo é reduzir tarifas, fortalecer cadeias de suprimentos e a missão cada vez mais atual de implementar novas regras ao comércio eletrônico.
Ainda deve demorar anos para que a aliança altere amplamente o comércio global, e não necessariamente os impactos serão altos, já que parte dos países signatários já têm acordos bilaterais ou mesmo multilaterais entre si e com a China.
Mas a mensagem simbólica da assinatura já impacta o outro lado do Pacífico: a influência política dos EUA do outro lado do mundo e as empresas americanas podem estar entre os mais afetados caso uma ampla integração de fato aconteça na Ásia.
As negociações estavam acontecendo desde 2012, época em que os EUA também tentavam seu “mega acordo” com os países de sua órbita, o Tratado Transpacífico (o TPP), ainda no governo de Barack Obama. Com a chegada do presidente Donald Trump, os EUA deixaram o TPP de lado, o que virtualmente esvaziou o acordo. O TPP terminou virando CPTPP em 2018 com os 11 países restantes, mas sem a mesma importância.

Pressão em Biden
Após anos de negociações, 15 países, incluindo a China, assinaram um acordo de comércio na região do Pacífico neste domingo. O acerto representa um desafio para as políticas de comércio internacional do presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden.
Os EUA não fazem parte do acordo, tendo seus esforços sido envolvidos na Parceria Trans-Pacífica (TPP, na sigla em inglês), que não englobava a China, e era vista como uma tentativa de contenção à Pequim. No entanto, com a administração de Donald Trump, o rechaço ao multilateralismo levou a um abandono da iniciativa. O RCEP agora coloca pressão ao governo de Biden para agir com relação a uma área de influência desejada pela China.
“Incentivar o livre comércio é ainda mais importante agora que a economia global está em queda e há sinais de que os países estão se voltando para o interior”, afirmou o primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, durante reunião com os outros líderes do RCEP, de acordo com oficiais do governo.
Essa aliança entre os países na órbita chinesa já estava precificada. Mas uma preocupação extra para os americanos é o fato de que o acordo agora inclui não só os tradicionais aliados chineses, mas países até então fora da órbita direta de influência da China e grandes parceiros americanos, como Austrália, Coreia do Sul, Nova Zelândia e Japão.

Créditos da foto: elpais.com
Retirado e baseado em Exame.com e BBC.com

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